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Arquitetura Hospitalar

Novos conceitos, necessidades e qualidade dos ambientes de saúde


Instalações de saúde estão em constante evolução. Tecnologiada Informação, tecnologia digital, robótica, ciências médicas, medicamentosas e novos equipamentos desaúde, promovem mudanças num ritmo jamais imaginado.


À medida que o paradigma muda constantemente, hospitaise clinicas acompanham os crescentes ciclos de mudançaexigindo projetos mais flexíveis e espaços adaptáveis, estimulandoa discussão sobre os modelos e matrizes utilizadospara projetar edifícios de saúde.


Embora muitas discussões atuais sobretendências de saúde estejam focadasna redução de custos, bem-estar, saúdeda população e tecnologia, as projeçõesdo US Census (Departamento do Censodos Estados Unidos) de 2014, indicamque a proporção da população com maisde 65 anos dobrará os níveis atuais até2050. Diante disso, a saúde comportamentale a demência são tendênciasque acompanharão o crescimento doenvelhecimento da população.


Essa tendência terá impacto em muitostipos de setores e práticas especializadas.Aproximar-se das necessidadesdessa população, com compreensãofuncional e empatia, abre uma oportunidadeexpansiva para a criação de projetosresponsivos, integrais e intuitivos.O objetivo disso é oferecer suporte àsvulnerabilidades e necessidades físicas,cognitivas, sensoriais e emocionais dessapopulação.


Entre outras, as consideraçõesgeriátricas no ambiente de cuidados,incluem desorientação, problemas demobilidade e equilíbrio, complexidades de medicação e presença de comorbidadesque criam necessidades complexasde cuidado.


Novos conceitos prometem tornartudo mais simplificado e eficiente.Transformar instalações estéreis emlugares mais familiares e acolhedorespara pacientes, colaboradores e demaisusuários, modificando os espaços parauma ambiência menos institucionalizada.Afinal, é sobre as pessoas que vivenciamseu dia-a-dia que a arquitetura produzseus efeitos diretos.


A arquitetura deve contribuir na revisãode processos e na modernizaçãode instalações existentes, convertendovelhos espaços em ambientes deserviços integrados. Tudo isso visa aeliminação de desperdícios, economiade recursos, segurança e conforto dosambientes. Projetar ambientes de saúdeque abordem o bem-estar dos usuáriose ao mesmo tempo promova a melhorana eficiência dos cuidados é o objetivode um bom projeto guiado por estesconceitos.


Para ser bem-sucedidos,novos projetos dependem de uma compreensãoprofunda de como as pessoasvivenciam os espaços.


Em vez de confiar exclusivamenteem dados rastreáveis, o conceito de“Design Empático” está ganhandoproeminência como um método paraprojetistas experimentarem o ambientede assistência exatamente como ospacientes e demais usuários que osvivenciam. Na verdade, não é um conceitonovo, mas sim um conceito evolucionário,à medida que os planejadoresda área de saúde criam tendências eimplementam, continuamente, diferentesestratégias para melhorar a empatiacom o paciente. O que é novo de fato, éque tecnologia digital e realidade virtualpossibilitam um mergulho imersivo naexperiência do paciente, orientando asmelhores práticas.


Ferramentas digitais em evolução,atualmente permitem a construção deuma empatia mais profunda em projetos.Usando software, óculos de projeção econtroles manuais, criando uma visãoexperimental dos layouts e funções espaciais,a realidade virtual (RV) permite que designers, clientes e usuários, experimentemvirtualmente o funcionamento deum espaço. A inovação trazida ao projetopela RV, também fornece um feedbackimediato do ponto de vista do usuário epode contribuir para melhorar o efeito dosambientes de saúde sobre as pessoas,permitindo que os projetistas vivenciemos espaços como usuários.


Uma série de filtros digitais, porexemplo, permite que os projetistasvivenciem fisicamente o processo deenvelhecimento, simulando o comprometimentoda visão e outras condiçõesrelacionadas à idade. Simuladores de realidadevirtual podem ser especialmenteúteis ao planejar espaços para idosos oupessoas debilitadas e com restrições físicas,simulando condições semelhantes,que limitem ou impeçam movimentos debraços e pernas, por exemplo.


Tudo isso nos parecerá menosestranho quando olharmos para outrosexemplos, onde os simuladores são empregadospara o treinamento de pilotos,esportistas, profissionais de combate emédicos cirurgiões.


Essas ferramentas estão trazendouma nova dimensão para o processo deplanejamento e projeto empático. Elas estãopermitindo que planejadores e projetistasde ambientes de cuidados de saúdeobtenham maior percepção de como aspessoas de fato vivenciam os espaços.Serão usadas para demonstrar novasabordagens e descobertas, avaliandosuas aplicações e impactos por meio deAPO – Avaliação Pós Ocupação. APOem edifícios de saúde certamente seráa ferramenta de avaliação que melhorfornecerá respostas sobre a real eficáciade projetos assistidos pelas tecnologiasatreladas ao Design Empático.

 

Marcos Cardone


Arquiteto especialistaem urbanismo moderno e contemporâneo– ênfase em “O hospital comocomponente urbano”, superintendenteda CABE Arquitetos – Arquitetura para osetor de saúde, fundador do NUPEHA –Núcleo de Pesquisas e Estudos HospitalArquitetura e ex-diretor do Departamentode Arquitetura do Instituto de Engenharia.



www.cabearquitetos.com.br

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